Transcrição do comentário do Max Gehringer para a rádio CBN, do dia 24/02/2012, com mais um clássico do mundo corporativo, reeditando o texto dos Serjões, sobre aqueles profissionais que parecem brutos, ácidos e arrogantes, mas têm razão em muitas coisas.
Áudio original disponível no site da CBN (link aqui). E se você quiser ler os comentários anteriores do Max Gehringer, publicados aqui, basta clicar neste link.
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Toda empresa tem um 'Serjão'
Uma figura que existe em qualquer empresa é o Serjão. Toda empresa que tem um Serjão e deveria fazer uma campanha para preservá-lo, porque os Serjões são uma espécie em extinção.
O Serjão é aquele profissional que acumulou uma enorme experiência, e por isso, gosta de dar palpite em tudo. E normalmente, tende a discordar de tudo o que os colegas falam. Por essa razão, o Serjão vive sendo criticado por todo mundo, por ser muito ácido e muito cricri.
Acontece que, exatamente por sua longa vivência, o Serjão quase sempre tem razão no que diz. O problema não é o que ele fala, é a forma como ele fala. Aquela maneira de quem está anunciando o apocalipse, aquele jeito de quem tem certeza absoluta de tudo. É por prestar mais atenção na maneira como o Serjão fala, do que naquilo que ele está falando, que muita empresa acaba deixando de fazer o que deveria ser feito, ou acaba cometendo erros que poderiam ser evitados.
Eu convivi muitos anos com um Serjão, e demorei um pouco até aprender a ouvi-lo. Mas confesso que só consegui entender como funciona a cabeça dos Serjões, no dia em que finalmente resolvi elogiar o Serjão em público, numa convenção na nossa empresa.
Estávamos todos ali reunidos, gerentes, diretores, supervisores, e eu comecei o meu discurso: "Pessoal, eu sei que muitos de vocês criticam o Serjão, porque ele fala alto, porque ele acha que só ele tem razão, ou porque ele dá a impressão de ser o único que está preocupado com o futuro da empresa. Mas, jeito é jeito e fato é fato. E posso garantir que de 100 coisas que o Serjão me falou até hoje, 99 estavam corretas."
A sala estava no mais absoluto silêncio, e quando eu ia continuar, achando que o Serjão ia se emocionar até as lágrimas com a homenagem, lá do fundo da sala ele perguntou, naquele tom típico dos legítimos Serjões: "Ah, é? E qual é a que estava errada?"
Max Gehringer, para CBN.
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