Se eu tivesse que descrever o filme Filha do Mal (no original The Devil Inside), em uma palavra, esta seria: ruim. Se eu pudesse usar duas palavras, elas seriam: muito ruim.
Usando o estilo mockumentary, aquele em que o filme é um pretenso documentário, ou ainda o seu subgênero found footage (filmagem encontrada), cuja moda começou com A Bruxa de Blair, este novo filme de exorcismo (quase se tornando um subgênero do terror já) não oferece nada de novo. E pior, ele parece uma cópia (mal feita) de outros filmes anteriores de exorcistas.
Por exemplo, compare-o com o recente O Ritual, que também tem uma brasileira no elenco. A nacionalidade das atrizes não é a única coisa em comum, já que O Ritual parece ser uma grande "influência" (ou cópia descarada), já que toda a trama envolvendo a escola de exorcistas e a realização de exorcismos não oficiais da Igreja Católica parece ter sido chupada do filme por este Filha do Mal. Também a ideia de um filme-documentário-falso de um exorcismo não é nova, já tendo sido mostrada em O Último Exorcismo.
A história de Filha do Mal mostra a jovem Isabella Rossi (a brasileira Fernanda Andrade) procurando por respostas envolvendo o passado de sua mãe: quando Isabella ainda era criança, a mãe dela foi presa por matar três pessoas que estavam realizando um exorcismo nela, não aprovado pela igreja. Já adulta, Isabella, com o documentarista Michael (Ionut Grama), vai para o Vaticano procurar entender mais sobre o exorcismo, encontrando na escola de exorcistas alguns companheiros que a ajudarão na sua jornada, os padres Ben (Simon Quarterman) e David (Evan Helmuth). Além disso, o outro objetivo de Isabella é tentar ajudar a sua mãe, que se encontra presa numa instituição psiquiátrica em Roma (ela fora julgada incapaz pelo tribunal nos EUA e transferida para lá, sem explicação aparente, a não ser a vontade dos roteiristas William Brent Bell, que também dirige, e Matthew Peterman, de plantarem um clima conspiratório à trama).
Além de uma história já conhecida e batida, Filha do Mal é visualmente fraco. O formato de documentário ajuda a disfarçar as imperfeições (e apesar das cenas externas com jeito de guia turístico, a maior parte das cenas se passa em cenários bem pobres, como a casa dos padres). Entretanto, tudo cheira a amadorismo mesmo (não aquele planejado para parecer). Uma das poucas coisas legais de Filha do Mal é a contratação de uma contorcionista para interpretar uma possuída no filme, que começa a cena toda dobrada.
Enfim, Filha do Mal é ruim e não oferece absolutamente nada de novo. Não oferece bons sustos (só um ou dois, mas são bem ruins e baseados em sustos normais, como o latido de um cão de repente) e não dá medo, nem cria muita tensão. O fato do filme ser um sucesso de bilheteria (arrecadando mais de 50 milhões e tendo custado apenas um milhão), me dá mais medo do que o filme em si.
Trailer:
Para saber mais: crítica no Cinema com Rapadura.
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