Áudio original disponível no site da CBN. E se você quiser ler os comentários anteriores do Max Gehringer, publicados aqui, basta clicar neste link.
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Existe alguma discriminação contra secretárias?
Uma ouvinte escreve: "Eu me formei faz um ano como secretária executiva, mas todas as propostas de trabalho que recebi foram para ter o título de 'assistente'. Pergunto se existe alguma discriminação contra secretárias?"
Pelo contrário, existe uma valorização.
De tempos em tempos, certos cargos sofrem um processo de banalização no mercado de trabalho. Isso aconteceu, por exemplo, com os diretores. Durante décadas, eles ocuparam uma linha do organograma abaixo do presidente e acima dos gerentes. Um dia, foram criados os diretores adjuntos, ou seja, diretores que se reportavam a outros diretores, mas que eram, na verdade, gerentes. Como consequência, as empresas se encheram de diretores e foi preciso criar uma nova linha, a dos vice-presidentes, para diferenciar quem de fato era diferenciado.
Com a função de secretária ocorreu algo parecido. Em algum momento, as secretárias começaram a ter auxiliares, às vezes duas ou três, mas que também ganharam o título de secretárias. Para diferenciar, criou-se a categoria da secretária executiva, que além de falar no mínimo dois idiomas e de ter uma razoável vivência na função, faz o que a palavra "executiva" pressupõe, isto é, toma algumas decisões por seu superior direto.
No caso da nossa ouvinte, eu concordo que o título de "assistente" talvez não seja condizente com a formação dela. Mas o de secretária executiva também não é, apesar do curso ter esse nome. Como já aconteceu com outras funções, talvez "secretária júnior" fosse um título mais adequado a uma recém-formada, já que uma secretária executiva precisa acumular anos de experiência para atingir esse patamar.
Max Gehringer, para CBN.
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