Transcrição do comentário do Max Gehringer para a rádio CBN, do dia 07/05/2014, com um ouvinte que só recebe propostas de call center para trabalhar.
Áudio original disponível no site da CBN. E se você quiser ler os comentários anteriores do Max Gehringer, publicados aqui, basta clicar neste link.
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Selecionador não lê os currículos que recebe?
Um ouvinte escreve: "Estou desempregado e me cadastrei em todos os sites de empregos possíveis. Minha experiência é na área de logística e deixo isso bem claro em minhas qualificações. Acontece que fui chamado para uma dúzia de entrevistas até agora e todas elas foram para funções de vendedor autônomo ou, principalmente, para atendente de call center. Perco tempo e dinheiro com transporte e lanche para, por fim, recusar esses empregos que nada têm a ver comigo. Pergunto por que sou chamado para essas entrevistas? Os selecionadores não leem os currículos que recebem?"
Sim, eles leem. Você é chamado por dois motivos. O primeiro é que um atendente de call center pode ter qualquer qualificação ou formação, inclusive logística. E o segundo motivo é a altíssima rotatividade do setor. De cada 100 atendentes que começam um ano, 90 não terminam, o que força as empresas a ter uma lista bastante extensa de possíveis substitutos para aqueles que vão saindo.
Desconheço a existência de dados exatos sobre o setor de call center no Brasil, mas suponho que ele empregue mais de 300 mil atendentes, o que faz com que o número de vagas praticamente igual seja aberto anualmente. Talvez seja o setor que mais ofereça vagas no país, embora a grande maioria delas seja fruto de reposição, e não de aumento de quadro. Por isso, as empresas precisam constantemente buscar novos atendentes.
Eu lhe diria que esse é claramente um emprego de transição, mas não deixa de ser uma boa experiência para quem está começando, ou uma opção para quem não pode passar muito tempo desempregado.
Max Gehringer, para CBN.
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