Transcrição do comentário do Max Gehringer para a rádio CBN, do dia 16/05/2014, com um ouvinte que é o retrato de um fenômeno no mercado de trabalho, especialmente entre os jovens: a de ficar pulando de emprego em emprego, sempre procurando o emprego perfeito, sem avaliar direito todos os fatores.
Áudio original disponível no site da CBN. E se você quiser ler os comentários anteriores do Max Gehringer, publicados aqui, basta clicar neste link.
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Busca pelo emprego perfeito mudou o mercado
"Tenho 24 anos e trabalho desde os 21", um ouvinte escreve. "Nesses três anos de vida profissional, tive quatro empregos. Minhas saídas sempre ocorreram porque eu pedi demissão, por motivos variados. A primeira empresa não era tão boa quanto eu esperava. Na segunda, não me dei bem com meu supervisor. E na terceira, o ambiente de trabalho era horrível. Estou na empresa atual faz cinco meses e não me adaptei ao tipo de trabalho que executo, muito rotineiro e sem nenhum desafio. Já comecei a procurar um novo emprego e pergunto se estou fazendo alguma coisa errada ou se tenho dado azar em aceitar os empregos que aceitei até agora?"
Eu lhe diria que você é mais ou menos o retrato de um fenômeno que mudou a cara do mercado de trabalho de uma década para cá. É uma espécie de busca pelo emprego perfeito, aquele que irá proporcionar um ótimo ambiente para trabalhar, grandes desafios intelectuais e oportunidades de promoção, e tudo isso em curtíssimo prazo. Ao não encontrar uma dessas variáveis em um emprego, a opção passou a ser já partir para outro, sem avaliar devidamente se os outros dois fatores existem e se poderiam compensar aquele que motivou o pedido de demissão.
Não estou dizendo que mudar de emprego com frequência seja sempre ruim. Não é, se a cada mudança, você conseguir no mínimo, 15% a mais de remuneração. Já mudar por um salário igual, é algo que cedo ou tarde irá fazer com que você acabe se situando, aos olhos do mercado, em um patamar salarial baixo. Certamente, não é o que você quer. E somente um pouco de estabilidade poderá evitar que isso aconteça.
Max Gehringer, para CBN.
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