2017-11-30

Brasil ainda engatinha na aplicação do compliance - by Max Gehringer

Transcrição do comentário do Max Gehringer para a rádio CBN, do dia 30/11/2017, sobre o processo de criação/adoção de uma área de compliance.

Áudio original disponível no site da CBN. E se você quiser ler os comentários anteriores do Max Gehringer, publicados aqui, basta clicar neste link.

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Brasil ainda engatinha na aplicação do compliance

compliance

Não é preciso ter doutorado para entender o conceito da ética nos negócios, ou a adoção de um sistema formal de compliance para assegurar o respeito a ela. Difícil é aceitar que isso precise ser feito.

Existem leis suficientes para que todos saibam o que se pode e o que não se deve fazer na condução dos negócios. Existem punições claramente definidas para quem se desvia da legislação.

Mesmo assim, muitas empresas se viram forçadas a adotar medidas para, simplesmente, tornar público que estão cumprindo com suas obrigações.

O processo funciona assim: uma empresa, pública ou privada, começa redigindo um par de frases simples, sobre a sua missão, a sua visão e seus valores.

Em seguida, é criado um caderno de intenções, chamado código de conduta, com um número de páginas nunca inferior a vinte, em que cada detalhe da operação é esmiuçado: relações com clientes e fornecedores, com os empregados, com outras instituições, com a sociedade, com o meio ambiente.

Obviamente, tudo o que for escrito já estará previsto em alguma lei ou fundamentado em parâmetros de moralidade.

Finalmente, é constituído um setor específico para acompanhar e auditar cada uma das fases do processo no dia-a-dia, para garantir que não haverá desvios de conduta. Esse é o setor de compliance.

Até aí, a empresa já terá gerado vários empregos novos e bem pagos, porque não é um trabalho fácil fiscalizar cada atividade que possa gerar um descaminho anti-ético.

O Brasil ainda está engatinhando nesse processo de adotar o compliance. Mas os recentes escândalos, de proporções abismais, mostram que somos um dos países que mais precisam exterminar a espertocracia, a nefasta praga de atropelar a ética para obter vantagens indevidas.

Max Gehringer, para CBN.


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