Transcrição do comentário do Max Gehringer para a rádio CBN, do dia 15/09/2009, sobre o bullying no ambiente de trabalho.
Áudio original disponível no site da CBN (link aqui). E se você quiser ler os comentários anteriores do Max Gehringer, publicados aqui, basta clicar neste link.
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Ambiente de trabalho 'aterrorizante'
Uma ouvinte descreve o ambiente de trabalho na empresa dela como "aterrorizante". Ela e os colegas passam o dia ouvindo gritos e insultos do chefe direto. A pergunta que ela faz é quase um lamento: "Será que os diretores da empresa não vêem isso? E se vêem, por que permitem?"
A nossa ouvinte descreveu uma situação profissional, para a qual ainda não inventamos um termo brasileiro, mas que em inglês já foi definida como bullying, palavra que derivou de bully, cuja tradução mais aproximada é "valentão".
Nossos ouvintes, principalmente os do sexo masculino, vão se lembrar que em sua infância cruzaram com um desses valentões. Aquele cara ameaçador, desbocado e briguento, sempre disposto a partir para a agressão física ou verbal, mesmo que não lhe fosse dado qualquer motivo para isso. E qual era o propósito do valentão? Simplesmente o prazer de poder exercer o seu domínio sobre os demais.
No ambiente de trabalho, a coisa é um pouco pior, porque os motivos existem. A equipe precisa atingir metas e obter resultados.
O bullying pode ser considerado assédio moral, mas com uma diferença. O assédio moral é definido como a perseguição contínua e constante de um superior a um subordinado. No caso do bullying, essa perseguição afeta a todos os subordinados, indistintamente. O assédio moral individual tem um alvo só. No bullying, o alvo é quem estiver mais perto.
O mais intrigante é que pesquisas feitas em outros países sobre o chefe valentão, levaram a uma conclusão tão amedrontadora, quanto o ato em si: o bullying funciona. Por puro pavor, os subordinados se tornam mais produtivos.
Será que isso torna o bullying uma técnica de gestão? Claro que não. O bullying é uma violência contra o ser humano e só acredita em gestão pelo terror, quem gosta de dizer que os fins justificam os meios, mesmo que os meios remetam à idade das trevas.
Então, respondendo à ouvinte: sim, os diretores vêem. E não fazem nada porque os resultados são bons.
Quanto aos subordinados, a minoria pede a conta e vai procurar um chefe mais civilizado. Mas a maioria suporta o constrangimento, geralmente por medo de não conseguir outro emprego.
A vitamina que alimenta o bully de hoje é a mesma que alimentava o valentão da nossa infância: o medo de muitos para confrontar um só.
Max Gehringer, para CBN.
2 comentários:
existe algum comentario do Max sobre chefe mimado que precise q eu fique puxando o saco dele?? huauhauha
axo que onde eu trabalho não tem mais... bom, tem a chefe que gosta de mandar em todo mundo pra fazer as coisas que ela ker na hora que ela ker... mas nao fica gritando com todo mundo... e nem da porradas.. XD
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