2010-10-27

Como encontrar uma empresa onde não exista 'puxa-saquismo'? - by Max Gehringer

Transcrição do comentário do Max Gehringer para a rádio CBN, do dia 27/10/2010, sobre puxa-saquismo ou a babação de ovos, nas empresas.

Áudio original disponível no site da CBN (link aqui). E se você quiser ler os comentários anteriores do Max Gehringer, publicados aqui, basta clicar neste link.

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Como encontrar uma empresa onde não exista 'puxa-saquismo'?

puxa saco
Um ouvinte pergunta: "Como faço para trabalhar numa empresa que leva consideração o lado profissional e na qual não exista puxa-saquismo?"

Opa! Primeiro, em toda e qualquer empresa do Brasil e do mundo, existem puxa-sacos. Essa é uma característica pessoal, mas que só aflora em ambientes em que a bajulação é permitida, porque nesses ambientes existem chefes que apreciam elogios falsos. Por outro lado, há empresas que mantém os puxa-sacos sob controle, impedindo que eles exercitem esse traço de personalidade.

E como é, como você mesmo perguntou, que você descobre isso antes de ser contratado? Fazendo as perguntas certas na entrevista. Não que você vá perguntar algo do tipo: "Só uma dúvida, como funciona o sistema de puxa-saquismo explícito aqui nessa empresa?" Mas você pode fazer a mesma pergunta de outro modo. Por exemplo: "Qual é o método que a empresa adota para promoções?"

Se você ouvir como resposta a palavra "meritocracia", é um ótimo sinal. Na meritocracia, cada funcionário tem metas e objetivos muito claros, e a recompensa se dá através dos resultados concretos. Se você ouvir a expressão "avaliação de desempenho", também é um bom sinal, principalmente se a pessoa que está entrevistando você, se dispuser a explicar como essa avaliação funciona na prática. E se o entrevistador lhe perguntar: "Como assim, você nem entrou e já está pensando ser promovido?" Responda: "Sim, mas não tenho pressa. Primeiro, vou ter que demonstrar que mereço." Bela resposta.

Agora, se o entrevistador não lhe souber explicar de bate-pronto como as pessoas são promovidas, aí você já pode começar a ficar em dúvida. Quando não há um critério claro, os bajuladores tomam conta da situação.

E finalmente, não incorra num erro muito comum, o de confundir o puxa-saco com o político. Saber ser político significa entender a hierarquia, saber a hora de falar e a hora de se calar, ser capaz de construir alianças com os colegas e conseguir o respeito dos superiores. Ser puxa-saco é simplesmente esconder a incompetência atrás de elogios vazios. Um funcionário político, quando é competente, tem muito mais chances de ser promovido, do que um funcionário até mais competente, mas que se mostre ou calado ou excessivamente crítico.

Max Gehringer, para CBN.

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