'Meu pai quer que eu assuma os negócios da família, mas tenho outros planos' - by Max Gehringer

Transcrição do comentário do Max Gehringer para a rádio CBN, do dia 11/10/2010, sobre um ouvinte que não quer assumir os negócios do pai.

Áudio original disponível no site da CBN (link aqui). E se você quiser ler os comentários anteriores do Max Gehringer, publicados aqui, basta clicar neste link.

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'Meu pai quer que eu assuma os negócios da família, mas tenho outros planos'


"Tenho 22 anos e vou me formar no ano que vem", escreve um ouvinte. "O meu objetivo sempre foi o de entrar numa empresa privada e construir uma carreira. Acontece que o meu pai é dono de uma fábrica de pequeno porte, e ele vive repetindo, para quem quiser ouvir, que eu sou o sucessor dele. Por isso, ele quer que eu comece a trabalhar na fábrica da família passando alguns meses em cada setor, para que eu possa entender e assimilar os detalhes da operação. Sinceramente, não é isso o que eu quero. Mas pai é pai, e a pressão é grande. O que eu posso dizer para ele?"

Diga que você aprenderá muito mais se começar a trabalhar longe dele. Salvo raras exceções, um pai que montou uma empresa e a transformou num empreendimento viável não é lá muito chegado a abrir mão do comando dela. Ao ir para o mercado de trabalho, você ganharia não apenas maturidade profissional, mas também o respeito do seu pai caso a sua carreira realmente deslanche. E aí, você poderia conversar com seu pai em uma posição mais fortalecida.

Dito isso, preocupa-me o fato de que você tem 22 anos e ainda não trabalha. Você já deveria ter começado, há dois ou três anos. Se tivesse, hoje você provavelmente não estaria entrando nessa rota de colisão de interesses com seu pai.

Talvez ele esteja preocupado pelo fato de você só estar estudando e tenha a intenção de proteger você, ao mantê-lo perto dele. Essa situação, que talvez você não tenha avaliado, seria ainda pior do que a situação que você escreveu.

Filhos que começam a trabalhar cedo escapam do impasse em que você se encontra agora. A minha dica para você seria: não importa a decisão que você venha a tomar, tome-a imediatamente. Ou ir para o mercado ou começar na fábrica do seu pai. Eu só sugiro que você não passe mais um longo ano ouvindo o que você não quer ouvir, e falando o que seu pai não deseja ouvir.

Max Gehringer, para CBN.