Transcrição do comentário do Max Gehringer para a rádio CBN, do dia 19/11/2010, sobre o que um patrão pode fazer ao descobrir que o funcionário mentiu no currículo/entrevista de emprego.
Áudio original disponível no site da CBN (link aqui). E se você quiser ler os comentários anteriores do Max Gehringer, publicados aqui, basta clicar neste link.
/===================================================================================
'Descobri que meu funcionário mentiu na entrevista'
"Sou dono de uma empresa de médio porte", relata um ouvinte empresário. "E descobri que um funcionário que contratei faz um mês, mentiu no currículo. Ele escreveu que tinha formação superior e eu acreditei nele. Mas, como faço normalmente, pedi a meu gerente de Recursos Humanos que solicitasse o histórico escolar do funcionário, apenas para deixá-lo no prontuário. E foi aí que a mentira veio à tona. Minha primeira reação foi a de dispensar o funcionário por justa causa, porque não tolero mentiras. Mas resolvi lhe escrever antes, para perguntar o que você faria."
Bom, eu primeiro ouviria o funcionário, caso nesses 30 dias ele tenha demonstrado ser um bom empregado, tanto em termos técnicos quanto de relacionamento. Ao ser apanhado em flagrante, ele provavelmente dirá na conversa com você, que mentiu porque precisava muito do emprego.
E a reação seguinte que ele terá, é difícil de antecipar. Alguns choram. Outros reconhecem o erro, ficam envergonhados e dizem que aceitarão a dispensa, antes mesmo dessa possibilidade ser discutida. E há alguns que tentam engabelar, inventando uma história pouco plausível, o que só irá piorar a mentira inicial. Se o seu funcionário fizer isso, aí sim você poderá dispensá-lo sem problemas de consciência.
Caso contrário, eu em seu lugar, daria um prazo para concluir a faculdade, o que seria bom para você e melhor ainda para a carreira dele. E também diria que a primeira mentira está sendo relevada, mas que a próxima não será, qualquer que seja o tamanho dela. É bem provável que agindo assim, você terá um funcionário agradecido e dedicado.
Ou então estará diante de um mentiroso contumaz, algo que você descobrirá rapidinho, porque certamente ficará de olho nele.
Mas eu acredito mais na primeira hipótese. Embora haja mentirosos no mercado de trabalho, é preciso acreditar que a grande maioria não é, até para a sanidade mental dos próprios empresários.
Como o funcionário em questão não cometeu um erro que possa render um processo por falsidade ideológica, e nem causou qualquer prejuízo à empresa, seria humano de sua parte, reconheceu que ele errou por também ser humano.
Max Gehringer, para CBN.
Nenhum comentário:
Postar um comentário