Devo dizer que, apesar de estar longe de ser assustador como foi aclamado, o primeiro Atividade Paranormal me agradou. Com um orçamento minúsculo, as soluções para o "fantasma" eram bem simples (coisas se movendo, sons estranhos, etc), mas que, não só remetiam aos filmes antigos de terror, como também (mesmo hoje em dia) funcionam bem, até mesmo melhor do que efeitos de computação gráfica de milhares de dólares (se mal utilizados). Apesar disso, o filme se sobressaiu mesmo como investimento, custando uns trocados e arrecadando milhões. Com este suce$$o do primeiro, uma continuação era inevitável, e agora temos este Atividade Paranormal 2 (no original, Paranormal Activity 2), que mantém a estética do primeiro, mas com mais dinheiro pra produção. O que não se traduz automaticamente num filme melhor.
Assim como o primeiro, este Atividade Paranormal 2 deve agradar aos fãs de filmes de fantasma, mas no fim, também não passa de um filme mediano. Tudo neste filme é aumentado em relação ao primeiro, desde os personagens (agora temos uma família, com direito a um bebê, em vez do casal anterior), até o número de câmeras, que se antes era uma só, agora são várias, sendo a maioria câmeras de vigilância que a família mandara instalar na casa, depois de um "arrombamento" que, apesar de ser uma boa desculpa do roteiro, acaba ficando meio mal explicado (insinua-se que a bagunça feita na casa seja obra da atividade paranormal que atormenta a família, mas o grau deste evento, muito grande, não condiz com os posteriores, menores e que só depois vão aumentando de intensidade).
Atividade Paranormal 2 é, em grande parte, um prequel do primeiro filme (apenas o epílogo deste segundo filme se passa depois do final do primeiro). Desta vez, o demônio atormenta Kristi (Sprague Grayden) e sua família. Kristi é irmã da Katie (Katie Featherston), personagem principal do primeiro filme. Aliás, tanto Katie quanto seu namorado Micah retornam neste filme, a princípio em pontas sem importância, mas que se revelam importantes para a história. Aliás, em termos de história, este segundo filme é bem mais interessante do que o primeiro. Em parte, porque ele expande a "mitologia" da série, e em parte, porque não é tão óbvio quanto o primeiro. Além disso, como temos uma família, ele explora um pouco mais os relacionamentos intra-familiares, desde Kristi que acabou de ter o bebê Hunter, até o marido dela Daniel (Brian Boland) e sua filha Ali (Molly Ephraim).
O filme tem como estética o formato de mockumentary, ou seja, simula um documentário, sendo pretensamente real, como logo no início do filme é insinuado - mais uma vez - agradecendo às famílias dos envolvidos pelo uso das gravações. Será que alguém ainda acredita nisso? Bem, pra ajudar a não confundir ninguém, o filme também não deixa de visitar vários clichês de terror, além de ter passagens extremamente forçadas. Ou será que alguém acha que encontrar a resposta para o "fantasma" que te assola é tão fácil quanto fazer uma rápida pesquisa na Internet? (Ok, tá certo que na série Supernatural é).
Atividade Paranormal 2 é dividido em duas partes. Na primeira, pouca coisa de interessante acontece, e o diretor Tod Williams explora mais as relações entre os familiares. Com pouco drama (com os personagens sendo basicamente uma família funcional), esta parte do filme é bem monótona. Já na segunda parte, o diretor acelera, e a ameaça fantasma (pun intendend) dá um salto, tanto nas suas "aparições" quanto na força de seus eventos. Apesar de tirar a sonolência da primeira parte, esse desenvolvimento não só não me agradou, quanto se mostra não condizente quanto ao primeiro filme. Primeiro, porque no filme anterior a "força" do demônio vai aumentando gradualmente, conforme o namorado chato da Katie vai provocando, enquanto neste filme, a entidade dá um salto. Ironicamente, o personagem com pior desenvolvimento do filme é justamente a entidade paranormal.
Outro ponto que não só reforça que eu disse anteriormente, mas que também de certa forma me incomodou, vem a seguir. Infelizmente, É UM SPOILER, E SE NÃO QUISER LER, PULE PRO PARÁGRAFO DE BAIXO. Enquanto no primeiro filme a possessão de Katie se dá de forma gradual, depois do demônio ir minando as suas forças, psicologicamente falando, neste a possessão de Kristi se dá quase que de uma hora para outra. Ou seja, não se tem um desenvolvimento para que algo tão extremo quanto a possessão, aconteça. (Claro, mais uma vez, pode ser influência de Supernatural e seus demônios de fumaça preta, que possuem qualquer um). De qualquer maneira, não me agradou.
Apesar de ser maior que o primeiro, Atividade Paranormal 2 não consegue ser melhor. Diferente, sim, mas com tantos erros que acabam minando o filme (e nem falo dos clichês esperados, de que no filme todo mundo segura a câmera sem tremer, e mesmo estando assustadíssimos, não largam a câmera). De fato, Atividade Paranormal 2 talvez fosse muito melhor caso não houvesse o seu epílogo, que acontece depois dos acontecimentos do primeiro filme. Sem essa sequência, que visa dar aquele já tradicional susto final no espectador (e uma liçãozinha de moral), talvez Atividade Paranormal 2 se destacasse muito mais pelo final dramático. Do jeito que está, acaba sendo mais um filme de terror. Bacana até, que eu até gostei, mas que num cenário mais abrangente, não se sobressai.
Trailer que não mostra nada:
Um comentário:
não foi um filme q me agradou... e esse tbm não vai me agradar.
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