Transcrição do comentário do Max Gehringer para a rádio CBN, do dia 16/11/2010, com a desculpa esfarrapada que uma empresa deu a uma candidata a emprego que estava quase contratada.
Áudio original disponível no site da CBN (link aqui). E se você quiser ler os comentários anteriores do Max Gehringer, publicados aqui, basta clicar neste link.
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Quando um candidato chega aos exames médicos, o perfil já foi aprovado
"Faz dois meses", escreve uma ouvinte, "comecei a participar de um processo de seleção em uma renomada empresa. Após passar por vários testes e entrevistas, e de fazer os exames médicos solicitados, recebi uma ligação da empresa. E fiquei muito frustrada, para não dizer amargurada ou irritada. A pessoa que me ligou disse que eu não seria admitida porque não tinha o perfil que a empresa exigia. Pergunto que falha de perfil seria essa, que durante os testes e as entrevistas não apareceu em momento algum."
Vamos lá. Se você chegou a fase do exame médico, é porque todos os outros detalhes haviam sido suficientemente avaliados. O que eu posso pressupor é que essa coisa de perfil foi usada na falta de uma explicação, que deixaria você ainda mais irritada. Muito provavelmente, uma outra candidata apareceu na última hora, recomendada por alguém de dentro da empresa, e acabou ficando com uma vaga, que por merecimento, seria sua.
Eu não tenho nada contra recomendações e já repeti várias vezes em comentários anteriores que a maioria das boas vagas é preenchida dessa maneira. Mas uma coisa é dar a vaga a alguém bem recomendado. E outra coisa bem diferente é desperdiçar o tempo dos candidatos num jogo de carta marcadas.
A palavra "perfil" pode ser usada de duas maneiras. Começando pela positiva, a empresa possui uma cultura bem sedimentada e procura profissionais que possam se adaptar a essa cultura. Isso evita que um profissional seja contratado e só depois de começar a trabalhar, descubra que não se encaixa no sistema. É exatamente para isso que existem testes e entrevistas. Para filtrar os candidatos, não apenas em termos de escolaridade e experiência, mas também de comportamento, ambição e personalidade.
Quando um candidato chega aos exames médicos, como ocorreu com a nossa ouvinte, aí o perfil já ficou para trás. Ela não foi eliminada porque o médico descobriu que ela tinha unha encravada. Foi eliminada porque a empresa usou a palavra "perfil" não para explicar, mas para evitar uma explicação.
Max Gehringer, para CBN.
Um comentário:
Qta criatividade meu deus!!! rs
Bjusss
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