2012-10-02

'O que me falta para eu me adaptar sem emburrecer?' - by Max Gehringer

Transcrição do comentário do Max Gehringer para a rádio CBN, do dia 01/10/2012, com um jovem ouvinte estagiário que está com problemas para se adaptar.

Áudio original disponível no site da CBN (link aqui). E se você quiser ler os comentários anteriores do Max Gehringer, publicados aqui, basta clicar neste link.

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'O que me falta para eu me adaptar sem emburrecer?'

impacto redes sociais vida real

"Tenho 18 anos e comecei como estagiário em uma empresa de porte", escreve um ouvinte. "Depois de dois meses, estou bem desiludido. Não aprecio a maneira como a maioria das pessoas se comporta e não sei explicar direito porque, mas cada uma tem alguma coisa que me incomoda muito. Coloquei esse tema para discussão nas redes sociais de que participo e descobri que muitos dos meus amigos enfrentam problemas semelhantes. E um deles me sugeriu escrever para você. Já sei que você vai dizer que ninguém é perfeito, começando por mim. E eu concordo. Pergunto o que me faltou, ou está me faltando, para que eu possa me adaptar sem que eu precise emburrecer?"

Muito bem. Vamos lá. Vou arriscar um palpite. Nas redes sociais, você nunca teve qualquer dificuldade para se relacionar com gente que você não conhece pessoalmente. Isso porque amigos virtuais são maravilhosos. Nenhum deles tem mau hálito. Nenhum está com o desodorante vencido. Nenhum tosse, espirra ou se coça. E o que é melhor, você pode teclar uma resposta se quiser e quando quiser.

Agora, ao fazer a transição da vida social do teclado para o burburinho do mercado de trabalho, você encontrou pessoas reais e terá que conviver com elas todos os dias, porque não pode fazê-las desaparecer com o simples clique de um mouse.

O que eu posso lhe sugerir para você não se emburrecer é uma abordagem antropológica. Tente estudar o comportamento dessas pessoas não para ser igual a elas, mas para aprender como elas agem e interagem. Você descobrirá um mundo fascinante, em que o relacionamento se dá através de sons e abraços analógicos. Não que isso seja uma maravilha, mas, por enquanto, ainda é o que o mercado de trabalho tem a oferecer para quem deseja permanecer nele.

Max Gehringer, para CBN.

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