2012-11-07

'Falei que ficaria na empresa em solidariedade ao meu chefe e ele não gostou' - by Max Gehringer

Transcrição do comentário do Max Gehringer para a rádio CBN, do dia 07/11/2012, com um ouvinte que puxou o saco do chefe mas se deu mal.

Áudio original disponível no site da CBN (link aqui). E se você quiser ler os comentários anteriores do Max Gehringer, publicados aqui, basta clicar neste link.

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'Falei que ficaria na empresa em solidariedade ao meu chefe e ele não gostou'

puxa-saco

Um ouvinte escreve para dizer que a empresa em que ele trabalha está sendo afetada pela crise europeia, porque depende de exportações. E ele relata o seguinte: "Quase todos os meus colegas já estão sondando o mercado, mas eu vislumbrei nesta situação, uma oportunidade. Por isso, eu disse a meu gerente para contar comigo, porque eu ficaria na empresa em solidariedade a ele. O meu gerente me respondeu que, de todos os motivos que eu teria para ficar, esse seria o menos indicado. Parece que, em vez de conseguir um crédito, queimei meu filme. O que eu fiz de errado?"

Bom, nada, se você realmente estiver sendo sincero. Mas, se amanhã você recebesse uma oferta para mudar de emprego, você iria mesmo recusá-la? Sério?

De qualquer forma, se há uma coisa que bons chefes não gostam de ouvir é exatamente o que você falou: que a sua lealdade é devida à pessoa dele e não à empresa. Um funcionário deve tomar a decisão de ficar ou sair, porque isso será bom para ele e não para o ego do chefe.

Foi exatamente isso o que o nosso ouvinte fez. No caos momentâneo que a empresa atravessa, o nosso ouvinte vislumbrou uma oportunidade para a carreira dele. Só que ele não disse isso para o gerente, disse o contrário, colocando a figura do gerente acima da própria carreira.

Mas eu concordo com nosso ouvinte que boas oportunidades surgem em momentos de crise. Ficar, quando todos abandonam o barco, não é uma decisão desprovida de bom senso. Eu já vi muita gente dar saltos na carreira, em situações assim. Em alguns casos, substituindo o próprio chefe, que foi dispensado por redução de custos. Se isso, por acaso, viesse a acontecer com o nosso ouvinte, o que ele faria? Pediria a conta em solidariedade ao gerente? Nah!

Max Gehringer, para CBN.

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