Transcrição do comentário do Max Gehringer para a rádio CBN, do dia 07/03/2014, com um ouvinte que trabalha em uma empresa cuja rotatividade é alta e onde o aviso prévio se tornou sem sentido.
Áudio original disponível no site da CBN. E se você quiser ler os comentários anteriores do Max Gehringer, publicados aqui, basta clicar neste link.
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'Aviso prévio perdeu a finalidade na minha empresa'
Um ouvinte escreve: "Trabalho em uma empresa que tem uma rotatividade de pessoal relativamente alta. Somos 25 funcionários no setor e não passa um mês sem que dois peçam a conta. A empresa exige que os demissionários cumpram o aviso prévio de 30 dias. E eles cumprem, mas mostrando total desinteresse no trabalho. Estouram prazos, cometem erros e passam a maior parte do tempo acessando a internet e batendo papo.
Sei que, eticamente, essas pessoas deveriam trabalhar com eficiência até o último dia, mas não é isso o que acontece. Parece-me que a empresa vê esses 30 dias como uma forma de castigar os demissionários, quando na verdade quem mais sofre é a própria empresa. Pergunto se não faria mais sentido a liberação do aviso prévio?"
Vamos lá. O que está ocorrendo na sua empresa é um problema de gestão. O objetivo de um aviso prévio é permitir que a empresa tenha tempo para contratar um substituto, que será treinado pelo demissionário. O responsável por garantir que isso aconteça é o chefe direto. Se ele permite que o demissionário se transforme em um turista de 30 dias, que faz o que quiser e não o que deve ser feito, a lei do aviso prévio, de fato, se torna inócua.
O que você sugere é que a sua empresa esqueça a lei, já que ela perdeu a finalidade. E eu concordo com você. O aviso prévio deveria ser liberado na sua empresa, porque ela tem um problema muito maior. Se 2 pessoas pedem a conta por mês, num grupo de 25, é porque algo muito errado está acontecendo com o salário, com o ambiente de trabalho e as perspectivas de carreira. Comparado a isso, o cumprimento, ou não, do aviso prévio, é fichinha.
Max Gehringer, para CBN.
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