Tendo passado boa parte de sua infância no Marrocos (e saído de lá aos 12), Bruno Catalano passou grande parte da sua juventude viajando, inclusive tendo sido marinheiro. Junto com as constantes partidas e mudanças, o artista começou também a sentir aquela sensação ou sentimento de sempre deixar algo para trás, algo que nunca poderia ser recuperado. (Como a velha frase, "você nunca consegue retornar ao lar". Isso porque quando você retorna, mesmo que o lugar não tenha mudado, com certeza você mudou). Na visão metafórica de Catalano, esses pedaços que perdemos, que deixamos para trás e que não recuperaremos, são os buracos e partes invisíveis de suas esculturas. Para o artista, suas esculturas com homens e mulheres com grandes pedaços do corpo faltando representam cidadãos globais.
Todos passamos por diversas experiências. Algumas boas, outras ruins. E mesmo que não viajemos no sentido concreto do termo, todos temos nossa viagem pela vida, metaforicamente ou não. E todos, uma hora ou outra, perdemos partes pelo caminho. Mas, como nas esculturas de Catalano, o importante é continuarmos na nossa jornada.
Além de ter como inspiração a viagem em si, Bruno Catalano parece ser um grande admirador de Van Gogh, já que em diversas esculturas, ele retrata o artista do impressionismo, sempre com sua bolsa de viagem e andando (Van Gogh sempre foi fã, se podemos dizer assim, de longas caminhadas). Neste post, além de imagens somente das esculturas, reuni também imagens de uma exposição que o artista realizou ao ar livre em Marselha (França). O efeito das esculturas com pedaços faltando em ambientes abertos, deixando livre a visão da paisagem através das esculturas, é espetacular e impressionante.
Vejam as surreais esculturas "invisíveis" ou "rasgadas" de Bruno Catalano:
Imagens via site de Bruno Catalano. Dica via Beautiful/Decay - Bruce Catalano’s Figurative Sculptures That Vanish In Space.
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