Transcrição do comentário do Max Gehringer para a rádio CBN, do dia 24/01/2012, sobre uma ouvinte que contraiu muitas dívidas e agora está com medo de perder o emprego e não conseguir pagá-las.
Áudio original disponível no site da CBN (link aqui). E se você quiser ler os comentários anteriores do Max Gehringer, publicados aqui, basta clicar neste link.
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'Gastei demais e comprometi os salários dos próximos 24 meses'
"Minha dúvida é a seguinte", relata uma precavida ouvinte. "Meu salário não é nenhuma maravilha, mas me sinto razoavelmente segura em meu emprego. Por isso comecei a comprar algumas coisas que eu sempre quis ter, para pagar em prestações. Só que acho que me excedi, porque praticamente todo o meu salário está empenhado pelos próximos 24 meses. Ou seja, se eu perder o meu emprego, não terei como pagar o que devo e meu nome vai ficar sujo. De repente, comecei a ficar com medo, coisa que nunca tive na vida. O que você sugere que eu faça?"
Bom, para começar, posso lhe dizer que há milhões de brasileiros na mesma situação que você. O crédito fácil é o canto da sereia da economia. Quando o balconista diz que um artigo custa 28 reais que podem ser parcelados em 4 vezes sem juros, dá até vergonha de recusar, porque míseros 7 reais por mês não pesam no orçamento de ninguém. Até que um dia, o acúmulo de pequenos valores se torna um grande valor.
O ideal seria cada um gastar apenas o que ganha por mês, sem assumir dívidas. Mas é preciso ter muita força de vontade para deixar de comprar coisas que outras pessoas, que ganham até menos, já compraram.
A recomendação que eu daria a nossa ouvinte é não perder o contato com o mercado de trabalho. Escrever para antigos colegas e chefes, sem pedir nada, apenas para manter um relacionamento informal, que poderá ser acionado se o pior acontecer.
E, se ela for sensata, nossa ouvinte não deveria comprar mais nada até que suas dívidas acumuladas passassem a representar, no máximo, 30% do seu salário. E daí em diante, só comprar à vista.
Quem não tem medo de gastar sem garantias, passa a impressão de que ganha mais do que realmente ganha. Mas um pouquinho de receio pode ser muito benéfico.
Max Gehringer, para CBN.
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