Transcrição do comentário do Max Gehringer para a rádio CBN, do dia 15/05/2012, sobre se um empregado tem o direito de não aceitar o programa de pontes de feriados, e sobre como empresas não conseguem satisfazer 100% de seus empregados.
Áudio original disponível no site da CBN (link aqui). E se você quiser ler os comentários anteriores do Max Gehringer, publicados aqui, basta clicar neste link.
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'Tenho o direito de não aceitar o programa de 'pontes' de feriados estabelecido pela empresa?'
"Minha empresa", escreve um ouvinte, "decretou um programa de pontes em feriados, com compensação das horas em outros dias. Eu não fui consultado e não concordo. Tenho o direito de não aceitar?"
Bom, eu acredito que a empresa tenha submetido ao sindicato o programa de pontes e compensações. Se isso foi feito e se o acordo foi homologado, ele deve ser observado por todos os funcionários.
Mas permita-me aproveitar a sua pergunta para ampliar o tema. Em toda a minha carreira, nunca vi uma única decisão de uma empresa que tivesse contentado a 100% dos funcionários. Vou lhe dar um exemplo real.
Uma empresa na qual trabalhei dava vale-refeição aos empregados. Um dia, a direção decidiu construir um refeitório, contratar nutricionistas e cozinheiros, e passou a oferecer refeições sem nenhum custo para os funcionários. Semanalmente era feita uma pesquisa sobre a qualidade da comida, a variedade do cardápio e itens relacionados a higiene e limpeza. Os resultados da pesquisa eram sempre muito próximos da nota máxima.
Porém, um grupo foi contra. Motivo: seus integrantes usavam o vale-refeição como dinheiro. Antes do restaurante, esses funcionários traziam seus lanches de casa e depois trocavam os vale-refeição nos supermercados. A queixa era de que o salário deles havia sido reduzido com a implantação do restaurante. Faz sentido? Até faz.
Por isso, empresas tomam decisões, como no caso da ponte dos feriados, que irão beneficiar ou contentar a maioria dos empregados, mas já sabendo de antemão que uma minoria terá motivos individuais para discordar. Se for possível a cada um dos discordantes negociar com a empresa uma alternativa, ótimo. Caso contrário, prevalece o que foi decidido pela empresa e homologado pelo sindicato.
Max Gehringer, para CBN.
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