É engraçado que a chamada do filme Esquadrão Classe A (ou The A-Team no original), seja "Não existe plano B". Porque neste final de semana, o único filme que me divertiu foi este Esquadrão Classe A.
Baseado numa série dos anos 80, o Esquadrão Classe A original trazia para as telinhas um grupo de 4 ex-militares que, enganados e condenados injustamente, haviam escapado e operavam de forma clandestina, como mercenários. Cada um dos quatro integrantes tinha habilidades e personalidades bastante distintas, que davam um charme especial aos personagens. E isso foi transportado muito bem para as telonas.
O filme começa mostrando como os quatro personagens se conheceram e formaram uma equipe pela primeira vez, ainda sob o comando do exército. Enquanto o tenente Templeton Cara-de-Pau Peck (Bradley Cooper) é mantido preso, o coronel John Hannibal Smith (Liam Neeson, que parece não sair de cartaz) arma mais um de seus infalíveis planos, para resgatá-lo. Neste plano, ele acaba sendo ajudado pelo sargente B.A. Baracus (Quinton 'Rampage' Jackson), num encontro muito fortuito. Já com Cara-de-Pau, na fuga, os três recrutam o piloto capitão Murdock de um hospital psiquiátrico. E o esquadrão está completo.
Alguns anos mais tarde, o esquadrão já é famoso entre os soldados, depois de muitas "missões impossíveis" (a pirotecnia destes dois filmes é bem comparável, no que tange a suspensão de crença nas cenas de ação). Neste cenário, o esquadrão é vítima de uma emboscada e uma conspiração, o que faz com que sejam presos. Mais tarde, depois de fugirem da prisão, tentam encontrar os verdadeiros culpados, na figura do coronel Pike (Brian Bloom, que curiosamente também co-assina o roteiro), enquanto são perseguidos pela CIA via o agente Lynch (Patrick Wilson) e pelo FBI via a bela agente Charisa Sosa (Jessica Biel), que também é par romântico de Cara-de-Pau (daquele tipo de romance clichê odeia-mas-ama). O resto da história você já conhece: muita ação, reviravoltas, mais ação e um final recompensador, em que os bandidos recebem a devida lição.
Em termos de roteiro, Esquadrão Classe A tem buracos enormes. Tome como exemplo o primeiro dos "planos infalíveis" de Hannibal, logo no começo do filme. Se não é o encontro dele ao acaso com B.A., Cara-de-Pau teria morrido logo nos primeiros minutos de filme. Entretanto, esses buracos não chegam a incomodar tanto assim no filme, já que ele claramente não se leva a sério. E essa é uma característica que pode jogar a favor ou contra o filme: não se levar a sério.
Sendo um filme bem caricato, ele pode exagerar nas cenas de ação e com isso, torná-las não só cenas de ação, mas também cenas cômicas. A minha cena preferida do filme, quando um tanque de guerra cai do avião (e imaginem pra que eles usam o canhão do tanque), é exatamente isso: nonsense total. O ponto fraco dessa estratégia é que muita gente simplesmente não vê isso com bons olhos, e não consegue entrar no clima. São aquelas pessoas que ficam murmurando "ah, mas isso só podia acontecer no filme", ou "ah, até parece". Pra mim, no caso de Esquadrão Classe A, essa é uma característica a favor.
Uma característica que pode ser legal, mas que se for abusada deixa o filme meio chato, são as explicações verbais, que o filme dá para as cenas visuais. Isso acontece bastante, especialmente quando aparecem cenas dos integrantes do grupo discutindo o plano, e logo depois a edição corta para as cenas do plano em si, em execução. No caso de Esquadrão Classe A, esse recurso é, como todo o filme, muito exagerado.
Se todos esses defeitos de Esquadrão Classe A não o tornam um filme horrível, isso é mérito do carisma dos quatro integrantes do esquadrão, aliado a uma ótima escolha de atores pelo diretor Joe Carnahan (que também co-assina o roteiro). Todos os atores estão muito bem em seus papéis, com destaque para Sharlto Copley (irreconhecível para quem o viu também em Distrito 9), como Murdock, que rouba a cena sempre que aparece na tela.
E para quem era fã do seriado (eu lembro que eu gostava, mas como era muito novo na época, não lembro de nada mesmo, só que eu gostava), o filme ainda presta algumas homenagens. Desde a trilha sonora (que em momentos é atualizada, mas a batida marcante da música da abertura do seriado é reconhecível), até numa cena em que um pouco do seriado antigo é projetado (num hospital psiquiátrico). Ah, tem também uma cena pós-créditos, mas essa eu acabei perdendo.
Enfim, se você se diverte vendo filmes de ação exagerados e assumidamente nonsense, deve se divertir assistindo esse Esquadrão Classe A. Claro que esse filme não vai entrar em nenhuma lista minha dos "top mais", mas eu me diverti bastante. Pelo menos nesta semana com poucas estreias interessantes, não existe plano B.
Trailer:
Para saber mais: crítica no Omelete e no Cinema em Cena.
2 comentários:
to louco pra ir ver esse filme... vou tentar ver durante a semana.
HAHAHAHAHAHA ALOKA
Vim aqui na página pra ler o que você achou da parada e tals, e tô conversando com meu irmão, NEM VI que eu fui descendo a página, daí eu li só o último parágrafo e pensei "NOSSA, O ANDARILHO JÁ FOI MELHOR, FAZIA RESENHAS GIGANTES" e tals.
HAHAHAHAHAHAHAHAHAHA!
Num liga, to virada no jiraya, ó, achei que me deu vontade de assistir esse filme, mas sei lá.
Se eu dormir e a vontade passar é que né?
Eu ando mto preguiçosa pra cinema.
Brisei, beijos!
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