2010-06-21

Não se pode ignorar a existência dos processos informais de admissão - by Max Gehringer

Transcrição do comentário do Max Gehringer para a rádio CBN, do dia 21/06/2010, sobre o círculo de relacionamentos na busca por um emprego.

Áudio original disponível no site da CBN (link aqui). E se você quiser ler os comentários anteriores do Max Gehringer, publicados aqui, basta clicar neste link.

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Não se pode ignorar a existência dos processos informais de admissão

networking
Um desabafo de um ouvinte. Ele escreve: "Já ouvi você falar várias vezes sobre a necessidade de conhecermos pessoas que possam nos indicar a uma vaga. Eu peço licença para discordar. Acredito que ao permitir isso, as empresas estão deixando de contratar os melhores técnicos, para contratar os mais bem relacionados. Existem muitos profissionais que não são afeitos a ficar procurando brechas para se aproximar de alguém que ocupe um bom cargo em uma empresa. Eu me sentiria, com o perdão da palavra, uma 'pessoa falsa', se usasse a estratégia de estabelecer esse tipo de contato por conveniência. Eu, e muitos ouvintes, gostaríamos que você denunciasse esse tipo de atitude, ao invés de compactuar com ela."

Vamos lá. Eu concordo com a sua discordância. Pessoalmente, eu também preferiria que pudéssemos aplicar na vida profissional, somente aquilo que aprendemos na escola. Se isso fosse possível, o mundo corporativo seria cartesiano.

Porém, não podemos passar por cima da realidade. O círculo de relacionamentos é um processo informal largamente praticado. E não começou de repente. Eu mesmo consegui o meu primeiro emprego por indicação de uma vizinha. Assim como você, eu também não achava que pedir um favor era o modo mais apropriado de entrar no mercado de trabalho. Mas a minha mãe achava, e foi ela quem conversou com a vizinha.

Meio envergonhado, fui à empresa, fiz o teste de admissão e passei. Dois meses depois, um amigo me pediu ajuda para conseguir um emprego. Falei com meu chefe e ele me perguntou se eu garantia que meu amigo era uma pessoa trabalhadora e confiável. Eu respondi que sim, e meu amigo foi contratado.

Foi aí que me caiu a ficha. A vizinha que me recomendou e o amigo que me pediu uma recomendação, não eram exceções no mercado de trabalho. Pelo contrário, eles eram a regra.

Nós podemos discordar do mérito desse processo informal, como você discorda e eu concordo. Mas não podemos ignorar que ele existe, que continuará existindo, e que funciona muito bem, para quem sabe como fazer bom uso dele.

Max Gehringer, para CBN.

Um comentário:

Márcia de Albuquerque Alves disse...

Ahhh é válido ressaltar que as vezes você faz um teste, não se sai bem, nos entanto é um excelente profissional.
Outra coisa, as pessoas indicam pela credibilidade do profissional.
Acredito nessa rede de relacionamento e acho super válida, não sejo o único pré-requisito!