Áudio original disponível no site da CBN. E se você quiser ler os comentários anteriores do Max Gehringer, publicados aqui, basta clicar neste link.
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Chefe desagradável não é motivo para pedir demissão
Um ouvinte escreve: "Trabalho na área de planejamento, preparando projeções numéricas para meu gerente. São longas planilhas que requerem concentração e atenção permanentes, mas gosto do que faço. O problema é o jeito do meu gerente. Ele gosta de criticar os subordinados e não descansa enquanto não encontra um errinho em qualquer trabalho que lhe seja entregue. Aí ele tripudia, dizendo que só ele enxerga o que ninguém mais enxerga. Muitas vezes perco um tempo precioso sentado em frente a ele, sem fazer nada, enquanto ele esquadrinha uma planilha de alto a baixo até finalmente encontrar uma falha, que não tem importância alguma no contexto geral, mas nem por isso ele deixa de promover a habitual sessão de bravatas. O que eu faço? Peço a conta?"
Há tempos, eu trabalhei com um colega que tinha esse mesmo problema e teve a ideia de cometer um erro proposital logo no começo, para deixar que o chefe descobrisse, ficasse feliz e o liberasse para voltar a trabalhar.
Na avaliação desse colega, ele não estava fazendo nada anti-ético, porque ele mesmo corrigiria o erro se o chefe não o descobrisse e, portanto, ninguém sairia prejudicado. Resultado: funcionou. Anos depois, o chefe tomou conhecimento da esperteza e ficou uma fera. Mas admitiu que o subordinado teve boas intenções.
E você? Acharia ético driblar o chefe para ganhar em eficiência? Se você acha que não, eu estou com você. Mas sugiro que você não peça a conta. Há motivos mais sérios para você se demitir do que um chefe que quer tudo certo, mesmo que o jeito dele lhe desagrade.
Max Gehringer, para CBN.
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