Gosto na boca
Saio da casa com o teu gosto na boca,
Os lábios ainda molhados do teu suco.
Ressinto na orelha a tua voz meio rouca,
Sussurrando e me chamando de maluco.
Entre tuas pernas, em que tanto fiquei,
Meu calor talvez já tenha se desvanecido.
Teu suco, que com minha língua sequei,
Ainda não me é de todo desaparecido.
Teu gosto, minha boca não abandona,
Teu cheiro, ainda sinto impregnado.
Tu, tanto implorando ou mandona,
Meu lembro do teu líquido, viscoso, melado.
Na língua, a tua carne ainda é sentida,
Nos dedos, há ainda aquela umidade.
Me vou, caminhando pela vida,
Mas já me virando de saudade.
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