Mais uma transcrição dos comentários do Max Gehringer, para CBN, do dia 02/09/2008.
Desta vez o assunto é quase uma continuação do comentário do dia 27/08, sobre os jovens e a diferença entre as gerações que estão agora no mercado de trabalho. A transcrição do dia 27/08 se encontra aqui: Jovens: muita ambição e pouca determinação?.
Áudio original disponível no site da CBN.
Geração Y
"Recentemente", diz um jovem ouvinte, "você falou da geração Y. Eu pertenço a ela. Tenho 19 anos, estou trabalhando e me sinto meio perdido. Parece que ninguém me entende."
Então, vamos tentar explicar.
A geração que nasceu nos anos 50 e floresceu nos anos 60, era comunitária. Ela gostava de fazer coisas que envolvessem gente. Quanto maior fosse o grupo, melhor. Essa geração pensava em ter só um emprego na vida, e a forma de comunicação mais utilizada era a conversa, cara a cara.
A geração seguinte, que nasceu nos anos 70 e floresceu nos 80, era individual. Foi a primeira a administrar a própria carreira sem a intenção de criar vínculos permanentes com uma empresa. Para ela, mudar de emprego é apenas uma questão de oportunidade. O seu ponto forte é a ambição, a vontade de progredir rapidamente. E cada colega de trabalho é visto como um concorrente.
Já a geração Y é a primeira a ser, ao mesmo tempo, comunitária e individual. É uma geração tecnológica. São jovens que fazem parte de comunidades no Orkut, comunicam-se através de blogs e participam de chats. Suas formas preferidas de comunicação são o teclado e o celular. Todas essas atividades são coletivas porque envolvem grandes grupos de pessoas. Mas, ao executá-las, o jovem está fisicamente sozinho. Ele pode decidir o que fazer, como fazer e quando fazer.
Acontece que essas três gerações estão convivendo, agora, no mercado de trabalho. E as duas mais antigas ainda estão ditando as normas. E aí vem a parte do "ninguém me entende". Graças à tecnologia, a geração Y dispensa a convivência física grupal da geração dos anos 60. Por outro lado, a geração Y incorporou a ambição da geração dos anos 80, mas parece não ter incorporado o seu forte espírito de competição, aquela coisa de ter que ficar mostrando, a todo momento, que é melhor que os outros.
Essas são as duas diferenças. A concorrência no trabalho, que gera promoções, e a convivência no trabalho, que envolve marketing pessoal e habilidade política. A geração Y não é chegada nisso, mas o mercado de trabalho, por enquanto, é feito disso.
Max Gehringer, para CBN.
Um comentário:
Nunca tinha pensado nisso.
Uma boa.
Bjo
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