Áudio original disponível no site da CBN (link aqui). E se você quiser ler os comentários anteriores do Max Gehringer, publicados aqui, basta clicar neste link.
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'Sou um curinga na minha empresa: isso é positivo ou negativo?'
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"Em minha empresa", escreve uma ouvinte, "sou um curinga. Faço qualquer coisa que me pedem para fazer. Sou registrado como auxiliar administrativo, mas meu chefe está sempre me emprestando a quem requisitar o meu auxílio. Todo mundo sabe o meu nome e me trata bem, mas às vezes eu fico pensando se isso é positivo ou negativo."
As duas coisas. É positivo para a empresa e é negativo para a sua carreira.
O que você faz tem vários nomes: quebra-galho, pau-pra-toda-obra, faz-tudo, ou especialista em atividades aleatórias. Esse tipo de profisisonal multifuncional é interessante para a empresa, por uma questão de custo. Existem várias necessidades específicas que não ocorrem com frequência, e ter profissionais contratados para executar cada uma delas custaria muito caro, porque, na maior parte do tempo, eles ficariam ociosos.
Aí é que entra o curinga, como a nossa ouvinte, que num dia está trocando um fusível, no outro dia está levando o filho do diretor para escola, e no terceiro dia está contando o estoque de papel sulfite.
A existência de uma pessoa assim, só faz com que os colegas se concentrem no que é importante para a carreira deles, e deleguem os pequenos desconfortos rotineiros a quem se dispõe a executá-los. Daí, é só o curinga aparecer e alguém já irá pedir: "Zé Luis, dá pra você trocar o cartucho da minha impressora?"
Com o tempo, começam a pipocar aqueles elogios que deixam o curinga todo orgulhoso, do tipo: "Não sei o que seria dessa empresa se você não estivesse aqui." Até dá a impressão de que se o curinga ficar doente, a empresa inteira ficará paralisada até ele voltar.
Porém, nenhuma empresa oferece vaga de curinga júnior ou curinga sênior. A função não existe em nenhum organograma. E um dia, quando o curinga precisar de outro emprego, irá descobrir que não se encaixa em nenhuma função oferecida, porque ele é uma espécie de especialista sem especialização.
Até que alguma empresa ofereça o cargo de gestor em curingabilidade, ser curinga é marcar passo na carreira.
Para quem não se importa em ficar ganhando sempre a mesma coisa, tudo bem. Mas não é o caminho indicado para pessoas como nossa ouvinte, que mostra ter ambição e possui discernimento para colocar em dúvida a real importância que os outros lhe atribuem.
Max Gehringer, para CBN.
3 comentários:
Toda empresa tem um "curinga", aquele que realmente "faz tudo", ganha pouco e ainda acredita (devido aos elogios e circunstâncias) que é insubstituível, mas, ao final ele vai descobrir duas coisas: primeiro que ele era essencial enquanto servia e só, e segundo que ao sair não leva nada que o acrescente.
bjs
Bacana a análise do curinga, gostei.
Ah, no Nordeste é super comum falar "rapariga". E "kenga" tb, hahaha!!!!
Beijos,
Bela - A Divorciada
muito legal o blog
to te seguindo
www.jacksomhonorato.blogspot.com
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