Transcrição de ontem, dia 11/08/2008 do comentário do Max Gehringer para a CBN. Áudio original disponível neste link.
Ter uma boa rede de contatos também é importante para quem está empregado
Já mencionei algumas vezes a necessidade de ter uma boa rede de contatos. Mas, pelas mensagens que recebo, fico com a impressão de que muita gente imagina que isso só vale para quem está desempregado. Não é verdade por dois motivos. O primeiro é que pessoas bem empregadas podem conseguir empregos ainda melhores. E a segunda é que mesmo pessoas bem empregadas podem perder o emprego de uma hora para outra. Portanto, investir na rede de contatos é algo que deve ser visto como rotina, e não como uma ação isolada em um caso de emergência.
Dito isso, vou responder a uma consulta de um ouvinte que já entendeu a importância da rede de contatos. O problema é que ele não sabe como abordar alguém que ele acabou de conhecer, para falar sobre uma possível ajuda. "Como é que se engata o assunto", pergunta ele.
O erro mais comum, por inexperiência ou ansiedade, é a abordagem kamikaze. Aproximar-se de alguém, dizer "muito prazer", indagar onde a pessoa trabalha e já ir perguntando se pode deixar um currículo. Isso é o que se chama de transferência de responsabilidade. De repente, parece que a outra pessoa é que ficou encarregada de resolver o nosso problema. Num caso assim, a outra pessoa se fecha, responde que o mercado está mesmo muito difícil e aí ela faz de conta que viu alguém do outro lado da sala e pede licença.
A abordagem correta é a que fará a outra pessoa sentir-se bem, e não acuada. Por exemplo, pedir se ela poderia dar uma dica ou um conselho para quem está procurando um emprego. Ou perguntar se ela já passou por uma situação de desemprego e como ela agiu. Pessoas gostam de contar suas boas histórias tanto quanto não gostam de ouvir histórias tristes de quem acabaram de conhecer.
No dia seguinte, deve-se mandar um e-mail agradecendo a cortesia do dia anterior. Uma em cada dez pessoas responde. E aí, o contato começa. E irá render frutos, mas em médio prazo. Como ocorre na natureza, também na rede de contatos, não dá para plantar e colher ao mesmo tempo.
Max Gehringer, para CBN.
Um comentário:
Incrível como esse cara ganha dinheiro nos falando o óbvio!
ps: mas também pode ser o caso de que só fique "óbvio" depois que ele fala...
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