Áudio original disponível no site da CBN (link aqui). E se você quiser ler os comentários anteriores do Max Gehringer, publicados aqui, basta clicar neste link.
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A repetição das perguntas nas entrevistas dos processos de seleção
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"Estou participando de entrevistas", escreve um ouvinte, "e noto que as perguntas que me são feitas nunca muda. Isso não seria falta de imaginação dos entrevistadores?"
Não, não seria. O que acontece é que as perguntas feitas não são sempre as mesmas somente no Brasil. Com pequenas variações culturais, elas se repetem no mundo inteiro. Como você se sente trabalhando sob pressão? Qual é o seu maior defeito? Como você se vê daqui a 5 anos? Um candidato terá que encarar essas questões no Uzbequistão ou em Jacarepaguá.
Eu conversei com um entrevistador que está no ramo há 25 anos e que já entrevistou cerca de 12 mil candidatos a emprego. Ele me disse que teria criatividade suficiente para mudar as perguntas a cada entrevista, mas não faz isso, porque não vê necessidade. Ele apenas separa os candidatos em duas categorias: os que têm noção do que estão respondendo, e os que apenas decoraram as respostas.
No segundo caso, diz o entrevistador, o candidato reage como se tivesse 8 anos de idade. Quando ouve a pergunta: "Qual é o seu maior defeito?" O candidato dispara de bate-pronto: "perfeccionismo", ou "ansiedade". E aí, faz aquela cara de quem sabe que acertou, como se estivesse diante de uma professora que lhe perguntou quanto era 8 vezes 7.
A diferença entre um candidato com conteúdo e um candidato vazio, segundo o entrevistador, não está na resposta. Está na capacidade de lidar com o silêncio que vem depois. Ao ouvir a resposta, o entrevistador não move um músculo e fica encarando o candidato. E o candidato, após 5 segundos de apreensão, começa a acrescentar coisas que não havia decorado.
O bom candidato contará uma pequena história para ilustrar a resposta que deu. Um mau candidato irá travar ou se enrolar, porque já tinha respondido tudo que havia se preparado para responder, e estava só esperando a próxima pergunta.
A dica do entrevistador é: decore as respostas, como todo candidato faz, mas acrescente a elas a sua pitada pessoal de sinceridade. Parece a coisa mais simples do mundo, mas nas contas do entrevistador, só 1 em cada 10 candidatos, é capaz de formular uma resposta autêntica para uma pergunta batida. E essa resposta significa "eu sou diferente dos outros nove".
Max Gehringer, para CBN.
Um comentário:
de todas as entrevistas que fiz, que nao foram muitas, so um perguntou essas coisas do tipo "o que vc gosta? cite 3 defeitos e 3 qualidades"... a maioria me pergunta sobre softwares que eu uso e quanto eu kero ganhar
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