Áudio original disponível no site da CBN (link aqui). E se você quiser ler os comentários anteriores do Max Gehringer, publicados aqui, basta clicar neste link.
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'Sou responsável por redigir manuais de procedimentos, mas ninguém liga para eles'
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"Meu trabalho consiste em redigir os manuais de procedimentos da empresa", relata um ouvinte. "Já escrevi pelo menos uma centena deles. E levo um tempo enorme para colher todos os dados, e depois redigir e revistar. Em seguida, os manuais são encadernados e entregues a cada departamento. E aí... nada mais acontece. Eles acabam se enchendo de pó numa estante ou ficam esquecidos em gavetas. Como posso mostrar a importância do trabalho que eu realizo?"
Vamos começar pela utilidade. Em empresas altamente técnicas ou que possuam operações em diversas cidades ou países, os manuais são a forma de garantir a uniformidade dos procedimentos. E só isso já os torna indispensáveis. Porém, imaginar que esses manuais serão lidos de cabo a rabo por funcionários acostumados a executar as tarefas neles descritas, já é ser otimista demais.
A melhor maneira de encarar a contribuição que um manual pode oferecer é compará-lo a um dicionário. Ninguém, ou pelo menos ninguém normal, vai comprar um dicionário e gastar semanas para lê-lo da primeira à última palavra. Dicionários são usados esporadicamente e rapidamente como referência, para quem precisa checar a definição, a grafia ou a etimologia de uma palavra. Quando o auxílio se faz necessário, tanto no dicionário quanto no manual, a explicação está lá. Completa e satisfatória.
Mas eu posso oferecer uma sugestão ao nosso ouvinte. Ilustre os manuais com pequenas pílulas de fatos pitorescos, frases divertidas ou histórias em quadrinhos, desde que tenham relação com o tema abordado. Eu fiz isso nos poucos manuais que escrevi, colocando ao final de cada página, um box chamado "pausa para um cafezinho". Isso despertava a atenção e tirava a aridez da leitura. Não sei se o pessoal lia o resto do manual, mas ninguém o ignorava. E creio que seja apenas isso que o nosso ouvinte esteja querendo e precisando.
Max Gehringer, para CBN.
2 comentários:
Achei a dica de colocar algo mais descontraído muito bacana!
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