Transcrição do comentário do Max Gehringer para a rádio CBN, do dia 24/11/2017, sobre o compliance e como para ele ser efetivo, deve ter o esforço da alta direção.
Áudio original disponível no site da CBN. E se você quiser ler os comentários anteriores do Max Gehringer, publicados aqui, basta clicar neste link.
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Muitas empresas que implantaram compliance se envolveram em casos de corrupção
Ao implantar um programa de compliance, uma empresa atesta que deseja cumprir com toda a regulamentação legal a que esteja sujeita. E também a respeitar diretrizes morais e éticas no relacionamento com seus clientes e fornecedores.
Como já estamos cansados de ver nas notícias quase diárias sobre corrupção e malversação financeira, muitas empresas brasileiras, que haviam implantado seus setores de auto-fiscalização, fizeram exatamente aquilo que o compliance havia sido criado para impedir que fosse feito.
A dedução é elementar. Não adianta uma organização criar normas bem escritas para impressionar o mercado, se a alta direção não tiver como objetivo o total respeito aos procedimentos que ela mesma aprovou.
O ruim nessa história é que o conceito de compliance acabe sendo visto com desconfiança, e não como um atestado de idoneidade, e que acabe por minar os esforços daquelas instituições que levam a sério o procedimento ético.
O conceito de compliance, porém, vai além dos escândalos nossos de cada dia. Inicialmente, o compliance se limitava aos aspectos jurídicos e financeiros. Mas com o tempo, passou a envolver também os procedimentos operacionais das empresas.
Métodos, processos, especificações de materiais, dispositivos de higiene e segurança, tudo isso passou a integrar a relação de atividades sujeitas a avaliações constantes, que assegurem o respeito aos consumidores, aos contribuintes e, não menos importante, aos próprios empregados.
Ter trabalhado em uma empresa que caiu na boca do mercado por ser anti-ética, certamente não é a melhor referência para um futuro emprego.
Max Gehringer, para CBN.
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