2017-06-26

'Trabalhei em uma empresa que não primava por cumprir obrigações trabalhistas. Devo processá-la?' - by Max Gehringer

Transcrição do comentário do Max Gehringer para a rádio CBN, do dia 26/06/2017, com uma ouvinte que está desempregada e procurando um emprego, e quer saber se mover uma ação trabalhista contra sua ex-empresa agora pode atrapalhá-la a encontrar um novo trabalho.

Áudio original disponível no site da CBN. E se você quiser ler os comentários anteriores do Max Gehringer, publicados aqui, basta clicar neste link.

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'Trabalhei em uma empresa que não primava por cumprir obrigações trabalhistas. Devo processá-la?'

obrigações trabalhistas

Escreve uma ouvinte: "Trabalhei durante dois anos em uma empresa que não primava por cumprir as suas obrigações trabalhistas. Por exemplo: ela não pagava horas extras. Tendo descoberto isso logo no começo, fui guardando todos os comprovantes que pude e tenho uma pasta cheia deles. Sai dessa empresa faz dois meses e estou procurando emprego. Mas a minha situação está apertada e pergunto se mover um processo trabalhista agora, para reivindicar tudo o que me é devido, iria me trazer problemas para conseguir um novo emprego?"

Sim, pode ser que traga, já que qualquer empresa pode ter acesso à relação de processos em andamento. E talvez algumas prefiram não admitir pessoas que estejam em litígio com empresas anteriores.

Minha sugestão é que você primeiro consiga um emprego e mova o processo depois de ter passado pelo período de experiência. A lei lhe faculta o direito de esperar até dois anos após a data de demissão para dar entrada numa ação.

Entendo a sua necessidade financeira atual, mas mover um processo não iria lhe garantir o pagamento daquilo que você está reclamando. A empresa pode esticar a ação durante anos, eventualmente depositando em juízo o que você está pedindo, mas sem que você possa sacar esse valor.

De qualquer forma, não deixe de reclamar o que lhe é devido. Aceitar calada seria incentivar a empresa a continuar fazendo o que ela não deve e não pode fazer.

Max Gehringer, para CBN.


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