Transcrição do comentário do Max Gehringer para a rádio CBN, do dia 28/08/2013, com um ouvinte que é formado, tem cursos, mas ainda trabalha em um serviço menos qualificado.
Áudio original disponível no site da CBN. E se você quiser ler os comentários anteriores do Max Gehringer, publicados aqui, basta clicar neste link.
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'Tenho 29 anos e sou formado em direito, mas trabalho em um serviço de atendimento ao cliente'
Um ouvinte escreve: "Preciso ouvir alguma coisa, mesmo que eu não goste do que possa ouvir. Minha situação é a seguinte: tenho 29 anos de idade e 6 de carreira profissional. Sou formado em Direito, profissão que nunca exerci. Concluí também três cursos de gestão e me comunico em inglês com suficiência.
Até aí, tudo ótimo. Só que trabalho em um serviço de atendimento ao cliente, numa baia minúscula, ganhando 800 reais por mês. Não consigo entender como posso, a essa altura da vida, estar em uma função que poderia ser desempenhada por alguém dez anos mais novo do que eu e sem um quinto da formação que eu tenho. Eu devo ter feito alguma coisa errada, mas não sei o quê. E pior, não sei que rumo tomar."
Vamos lá. Creio que três fatores possam explicar um caso como o seu. Eles são: azar, perseguição e acomodação. Pode ser azar? Até pode, mas duvido que seja. Poderia ser perseguição? Talvez, mas não num período tão longo como seis anos. Sobra então a acomodação.
Muito provavelmente não uma acomodação proposital, mas uma construída em cima de uma otimista premissa: de que se as coisas não aconteceram quando deveriam ter acontecido, basta fazer mais alguns cursos para que, em algum momento, surja uma oportunidade que irá mudar tudo.
A sugestão que posso lhe dar é não continuar esperando que o destino providencie uma solução. Ficar trocando de emprego não irá resolver. E fazer mais cursos, também não. Você precisa ser pró-ativo, assumir a sua própria causa e correr os riscos que evitou correr até agora. A boa notícia é que você ainda tem tempo suficiente para dar uma virada na vida profissional, desde que comece já.
Max Gehringer, para CBN.
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