Transcrição do comentário do Max Gehringer para a rádio CBN, do dia 03/08/2009, com algumas verdades que podem ser duras, mas que devem ser ditas.
Áudio original disponível no site da CBN (link aqui). E se você quiser ler os comentários anteriores do Max Gehringer, publicados aqui, basta clicar neste link.
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As duas versões do mercado de trabalho
No mercado de trabalho, existem duas versões para qualquer situação: a versão que gostaríamos de saborear e a versão que temos que engolir. Por isso, lamento, mas hoje vou aproveitar para dar algumas respostas dolorosas a algumas perguntas esperançosas.
Primeira: os entrevistadores não deveriam dizer aos candidatos não escolhidos, qual foi a verdadeira razão da rejeição, para que o candidato possa se sair melhor numa próxima ocasião? Resposta: não. Um processo visa escolher o candidato mais adequado a uma vaga. Não visa preparar candidatos para futuras entrevistas em outras empresas.
A segunda: ao terminar a faculdade, é recomendável a um jovem fazer um intercâmbio no exterior, para adquirir inglês fluente? Não. Quanto mais tempo um jovem demora a ingressar no mercado de trabalho, maior será a dificuldade que ele terá para conseguir o primeiro emprego.
Terceira: empresas grandes e famosas pagam os melhores salários? Sim, mas apenas de um certo nível hierárquico para cima. Os salários para as funções iniciais tendem a ficar na média no mercado ou até mesmo um pouco abaixo. Isso porque a empresa sabe que o nome dela se tornará uma grife no currículo. E o preço cobrado por essa honra é um salário menor.
Quarta: não consigo um emprego na área em que me formei. Resposta: ou você se formou em uma área saturada, ou em uma das chamadas profissões do futuro, que a mídia insiste em veicular sem o devido cuidado de prevenir que o futuro é uma coisa e o presente é outra. E que no presente, que é o que interessa a quem se forma, existe escassez de vagas nessas áreas, em relação ao número de formandos.
E a quinta: a minha empresa não me dá oportunidades. Resposta: oportunidades não são dadas, são conquistadas. E não existe qualquer lógica torta que leve uma empresa a negar oportunidades a quem fez por merecê-las.
Eu sei que um afago faz bem. E por isso, preferi dar por atacado, num dia só, todas essas respostas, agosteiras e não muito afagadeiras.
Max Gehringer, para CBN.
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