Transcrição do comentário do Max Gehringer para a rádio CBN, do dia 18/08/2009, sobre a sorte na carreira.
Áudio original disponível no site da CBN (link aqui). E se você quiser ler os comentários anteriores do Max Gehringer, publicados aqui, basta clicar neste link.
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Sorte e carreira
"A sorte existe?" Pergunta um ouvinte, que explica: "Depois de passar 5 anos em uma empresa, sem ter sido promovido, e apesar de ser sempre elogiado pelo meu trabalho, estou chegando a uma triste conclusão: eu não tenho sorte. Fiz uma revisão racional de minha vida, desde os tempos da escola e encontrei vários episódios que dependeram basicamente do acaso.
Só que quando algo bom podia acontecer a qualquer um, nunca acontecia comigo. Agora, vejo a mesma coisa comprometendo a minha carreira. Sempre que eu concorro em condições de igualdade, acontece algo inesperado, que me tira da corrida. Por isso, gostaria de ouvir a sua opinião sobre o fator sorte. Ele existe ou é só uma desculpa?"
Sim, a sorte existe, na vida profissional e na vida pessoal.
Sorte é um fato isolado e inesperado que determina uma nova direção para uma situação. Um chefe que pede a conta de repente e abre caminho para alguém ser promovido, gera um golpe de sorte para quem conseguir a promoção.
Porém, a sorte é aleatória. Não existem profissionais que sempre têm sorte e outros que sempre têm azar. Quando existem dois ou três candidatos potenciais a uma promoção, eu nunca vi uma empresa fazer um sorteio para determinar quem seria o escolhido. A decisão sempre levará em conta algum requisito menos importante, quando houver empate em todos os requisitos mais importantes.
Por outro lado, quem entra numa disputa achando que não vai ganhar, tem mesmo maiores possiblidade de perder. Não por falta de sorte, mas pela falta de dois outros fatores. Um mais abstrato, que é a autoconfiança. E o outro, bem mais palpável, que é a preparação prévia.
É preciso estar atualizado, dominar outro idioma, mesmo que ele não seja necessário na função ou na empresa atual, conhecer mais e mais profissionais bem conceituados e participar de processos de seleção, mesmo que não esteja pensando em mudar de emprego. E principalmente, arriscar, quando a situação atual não parece promissora.
Para o nosso ouvinte, eu diria que profissionalmente, a probabilidade de ele ter sorte ou azar é a mesma. Presidentes de empresas não são pessoas bafejadas pela sorte. São pessoas que correram riscos. Não foram bem sucedidas em todas as tentativas, deram azar em algumas decisões, mas aprenderam com os revezes, e se prepararam melhor para o passo seguinte. E no fim, ganharam mais porque arriscaram mais.
Max Gehringer, para CBN.
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