Transcrição do comentário do Max Gehringer para a rádio CBN, do dia 19/08/2009, sobre as perspectivas do futuro para uma jovem que acabou de entrar na vida corporativa.
Áudio original disponível no site da CBN (link aqui). E se você quiser ler os comentários anteriores do Max Gehringer, publicados aqui, basta clicar neste link.
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Expectativas frustradas e perspectivas do futuro
"Comecei a trabalhar faz dois meses", escreve uma esperançosa ouvinte. "Felizmente", ela diz, "eu tinha ouvido um comentário em que você prevenia jovens como eu, sobre as frustrações que ocorrem na transição da vida escolar para a vida corporativa. Eu estou experimentando muitas delas.
As tarefas que executo estão abaixo do meu potencial. Tenho um chefe que parece ignorar a existência da palavra desenvolvimento. E tenho colegas de todos os tipos, desde os que encaram a empresa como um lugar para passar o dia, até aqueles que se não fossem empregados, poderiam construir uma carreira como terroristas.
Gostaria que você me desse alguma esperança e me dissesse que a vida corporativa não será sempre assim."
Muito bem, a vida corporativa não será sempre assim. Em alguns casos, ela poderá piorar. Isso acontecerá com alguns profissionais que após alguns anos de carreira, perceberão que continuam na mesma situação em que começaram. Mas por outro lado, após 5 anos, alguns profissionais verão o seu primeiro salário ser multiplicado por 10.
Isso porque empresas têm dois tipos de funcionários.
O primeiro grupo é aquele que simplesmente contribui para que o barco continue se movendo. A característica desse grupo é que qualquer um de seus componentes pode ser substituído a qualquer momento, sem que o barco deixe de se mover.
O segundo grupo é o daqueles que um dia, irão ocupar cargos de liderança. Mesmo que isso não fique evidente em todos os momentos, cada funcionário está sendo permanentemente avaliado. Não de modo formal, mas pela observação do seu comportamento ao executar tarefas básicas, fáceis e chatas.
É nesse período que surgem os rótulos, positivos ou negativos.
O pessoal do segundo grupo é o que consegue colecionar mais rótulos positivos. Por exemplo, pontualidade. Ou oferecer uma visão positiva para uma situação que parece negativa. Ou não participar daquele grupinho de críticos ferozes. Ou se colocar a disposição para fazer mais coisas, quando a maioria reclama que já faz muito pelo que ganha.
A soma de tudo isso constrói uma imagem. Os que tiverem uma imagem mais positiva, serão convidados a controlar o barco. Os demais, irão para onde o barco for, sempre reclamando que a direção está errada, a velocidade é lenta e o timoneiro é incompetente.
Max Gehringer, para CBN.
2 comentários:
Eu acho que eu faço parte do primeiro grupo. Na minha empresa, não quero cargos de liderança. De boa, não rola.
Não tenho saco, e se eu procurar isso, sei que vou ficar lá pro resto da vida. Não quero.
Esse seu comentário me lembrou The Office:
"Neste momento isso é apenas um emprego. Se eu avançar mais nesta empresa, então esta seria minha carreira. E bem, se esta fosse minha carreira, eu teria que me jogar na frente de um trem."
-- Jim Halpert
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