Transcrição do comentário do Max Gehringer para a rádio CBN, do dia 26/08/2009, com algumas dicas de etiqueta corporativa ao escrever emails.
Áudio original disponível no site da CBN (link aqui). E se você quiser ler os comentários anteriores do Max Gehringer, publicados aqui, basta clicar neste link.
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Regras de boa convivência na linguagem digital
Uma consulta diferente. Escreve uma jovem ouvinte: "Gostaria de saber se existem regras para finalizar emails em empresas. É conveniente escrever 'abraços' ou 'beijos' quando enviamos mensagens para pessoas que trabalham conosco?"
Para muita gente, essa pergunta pode parecer meio inócua. Mas em minha avaliação, ela é uma minúscula pérola de sensibilidade. Porque um rótulo indesejável pode nascer de uma atitude mal pensada ou de uma palavrinha mal colocada.
No tempo da datilografia, a correspondência corporativa era mais rebuscada, e mais monótona. Uma cara principiava com um "excelentíssimo" ou com um "ilustríssimo". E terminava com um "cordialmente" ou um "atenciosamente". A linguagem escrita da era digital se tornou mais leve, mais solta, e muito mais próxima da linguagem cotidiana.
Porém, o mundo corporativo ainda continua povoado por muitos excelentíssimos e ilustríssimos. E essa gente continua detendo uma razoável parcela do poder de decisão.
Vamos então começar pela cultura de uma empresa.
Existem empresas em que os colegas se beijam quando chegam ao trabalho pela manhã. Existem outras em que os colegas se cumprimentam com um aperto de mão. E existem empresas conservadoras, e nelas, a distância mínima a ser guardada entre dois colegas em qualquer situação, deve permitir a passagem de um motoboy em alta velocidade.
No primeiro tipo, não há problema em transferir para o email uma prática física e disseminada. Na segunda, escrever "beijo" se ninguém se beija, já é forçar o ambiente. E na terceira quem perpetra um ósculo por extenso, pode ser convocado a se explicar diante da santa inquisição corporativa. Essa é a primeira regrinha.
A segunda diz respeito à hierarquia. Nunca é recomendável grafar "beijos" e "abraços" para chefes ou ilustríssimos de alto escalão.
E a terceira regrinha é a respeito de colegas que lêem uma coisa e já imaginam outra. Para eles, um mero "beijo" em fonte 12, pode ser interpretado como "estou disponível".
É por tudo isso que grandes empresas adotam manuais de redação de email, visando evitar o uso de palavras toscas ou que possam gerar interpretações errôneas.
Para as que não adotam, o melhor é terminar o email com um "obrigado" e escrever o nome. Pode ser menos caloroso, mas é mais profissional e bem menos arriscado.
Max Gehringer, para CBN.
2 comentários:
Eu continuo com o meu atenciosamente.
Bjo
haha... se eu chegar com um "excelentíssima e ilustríssima" pra minha chefe, ela vai pensar "ihh la vem pedido de aumento de salario de novo".. certeza...
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