Transcrição do comentário do Max Gehringer para a rádio CBN, do dia 07/12/2017, sobre como os chefes de primeira linha são fundamentais para programas de compliance darem certo.
Áudio original disponível no site da CBN. E se você quiser ler os comentários anteriores do Max Gehringer, publicados aqui, basta clicar neste link.
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Empregado deduz a empresa ao observar o comportamento do seu superior imediato
Neste século, a internet rolou como um tsunami, transformando tanto o comportamento pessoal através das redes sociais, quanto os procedimentos no mundo dos negócios.
Informações que ficavam restritas a poucos executivos, passaram a escapar do controle das empresas. As práticas de corrupção, que eram objetos de rumores, passaram a ser escancaradas em processos judiciais. Quem se lembra de algum empresário ou executivo que tenha sido preso por corrupção no século 20?
Essa nova dinâmica afetou primeiro as empresas maiores, sempre um alvo fácil quando fazem algo errado. Mas, em tempo, acabará afetando também as menores.
Para mostrar o seu compromisso com a ética, as grandes empresas adotaram um rol de novos termos, como integridade, transparência, sustentabilidade e governança. Amarrando tudo isso, elas implantaram o programa de compliance, com regras claras a serem cumpridas e que têm recursos, financeiros e humanos, alocados para assegurar esse cumprimento.
A literatura corporativa foi enriquecida com palavras e manuais, mas na cabeça dos empregados, fica uma simples pergunta: a minha empresa pratica o que fala? Porque uma das principais causas que levam programas de compliance à falência prematura é a cadeia de comando.
Um empregado deduz o que a empresa realmente é, ao observar o comportamento do seu superior imediato. Se o exemplo que está mais próximo do subordinado é inconsistente com o que a alta direção prega, a cadeia inteira se desmancha, por falta de credibilidade.
A constatação é que as primeiras linhas de chefia precisam ser reeducadas, para que bons programas de compliance não se percam em atitudes isoladas de líderes bem intencionados, mas mal informados.
Max Gehringer, para CBN.
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