Áudio original disponível no site da CBN. E se você quiser ler os comentários anteriores do Max Gehringer, publicados aqui, basta clicar neste link.
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Cobramos de jovens profissionais as mesmas coisas que não gostávamos que nos cobrassem
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Um ouvinte escreve: "Sou gerente de primeira linha de uma organização de porte. E estou cada vez mais preocupado pela dificuldade que os jovens mostram para ouvir. Não raramente, sou interrompido no meio de uma frase, por alguém com metade da minha idade e 1% da minha experiência, para escutar que a pessoa já entendeu tudo o que eu mal comecei a falar. Será que estamos diante de uma geração de profissionais hiperativos, que já chega ao mercado de trabalho sabendo tudo o que a minha geração levou décadas para compreender?"
Bom, eu não sei se isso irá contribuir para minorar a sua sofrência de primeira linha, mas vou lhe confessar algo.
Quando eu tinha 20 anos, eu não ouvia o que os outros me diziam, porque eu achava que sabia mais do que eles.
Quando eu tinha 30 anos, eu não ouvia o que os outros me diziam, porque eles achavam que sabiam mais do que eu.
E quando eu tinha 40 anos, os outros é que não me ouviam, pelos mesmos motivos que eu costumava não ouvir os outros.
Embora eu tenha aprendido que saber escutar é a base para tomar boas decisões, e me esforçado bastante para evitar falar quando deveria ouvir, a verdade é que nós cobramos dos jovens aquilo que não gostávamos que cobrassem de nós, quando nós tínhamos a idade deles.
Lembro-me que um dia, um professor de antropologia me explicou a inevitabilidade dessa obstinação adolescente. Mas acho que não prestei muita atenção.
Max Gehringer, para CBN.
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