Transcrição do comentário do Max Gehringer para a rádio CBN, do dia 04/02/2019, com uma ouvinte que incorporou as horas extras ao seu salário de fato e está agora buscando um novo emprego.
Áudio original disponível no site da CBN. E se você quiser ler os comentários anteriores do Max Gehringer, publicados aqui, basta clicar neste link.
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Para o mercado de trabalho, hora extra não é salário
Uma ouvinte escreve: "Estou empregada, mas ao mesmo tempo, estou em busca de um novo emprego. E tenho dúvida quanto ao salário. Aqui na empresa, devido à crise, alguns empregados foram demitidos, e os que ficaram, precisaram assumir as tarefas dos que saíram. Como o tempo era mais curto do que o necessário, durante dois anos recebi, e continuo recebendo, horas extras diárias, que acabaram se incorporando ao meu orçamento.
Para mim, esse passou a ser o meu salário, não por uma circunstância passageira, mas porque é o valor justo pelo que eu produzo. Só que em minha carteira continua constando o valor sem as horas extras. E a minha dúvida é se devo informar e pleitear o meu salário real?"
Eu entendo e concordo, mas faço duas observações. A primeira é a seu favor. Se você fosse demitida, legalmente esse período prolongado de horas extras seria incorporado ao seu salário para efeito do cálculo de rescisão.
Já a segunda observação será menos do seu agrado. Para o mercado de trabalho, hora extra não é salário. O valor de uma função é determinado pela média da remuneração no mercado, sem a inclusão de horas adicionais ou de outros fatores que um empregado possa ter por liberalidade da empresa, por exemplo: o pagamento de um curso.
Por isso, eu sugiro que você não informe o seu salário no currículo. E mencione a sua situação somente em entrevistas pessoais, caso o que lhe seja oferecido fique abaixo de suas expectativas.
Max Gehringer, para CBN.
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